Por certoPasseia noturna,Em diuturnos e prolongadosRelances instantâneosOnde se escapa o tempoInsensata e a mercê…E manhosa, matreira…Feiticeira…Se abriga em trincheira,E lhe adentra o coração!Vaidosa,Se pega a sorrir,A meia boca,Se ao semblanteRefletem-seDesavisadas e certeirasLembranças furtivas do que souriso…trejeitosEsgueiram-seDos secretos arquivosProibidos frutosSilenciosamente capturadossagaz investigaçãoObservação incansávelObstinado ritualSubliminares códigosCuidadosamenteSecretamente desvendados…Despida por si mesmaAlheia a caprichosSe faz conduzirCumplicidade discretaComo aliada passeiaAContinuar lendo “Fotografia”
Arquivos da categoria: poesias
Máscaras
E as máscarasCobriram as bocasE as bocas comedidasTransferiramSeus sorrisos para o olharE os olharesTambém transpareceramComo águas cristalinasMedosAngústiasSolidãoEsperançaImpaciênciaInteressesConflitosAfeição E as máscarasSobraram sobre os narizesE impediram o arE trouxeram a faltaE reduziram os cheirosDas comidas e dos domingosDos doces aromas de azeitea derramar das frigideiras e das baianasDe acarajéMáscaras, máscarasNão me privemDos passos apressadosDo happy hourDa misturaContinuar lendo “Máscaras”
Estrangeiro
Ainda torporoso, Cesar entreabre os olhos, sob a voz afável e impaciente da comissária que num comando de bom dia, solicita que retorne a poltrona ao seu lugar e mantenha o cinto afivelado. Enquanto isso num samba contagiante de boas vindas, se vê implicado numa declaração de amor a cidade que lhe recebe… Aterrissagem iminente!Continuar lendo “Estrangeiro”
Sem miragem
Já não trago em mim, A doce ilusão da esperança! Aberta a mão Deixo escorrer entre os dedos Os vestígios das promessas mal prometidas scripts… sem atos Espetáculo sem cenários palco incerteza estreia ou não? Plateia exultante! figuram espectadores Poemas, canções e cantores cumplices momentâneas se forjam em passado mais e mais distanciados e descompromissadosContinuar lendo “Sem miragem”
Despedida
Talvez um segundo Tenha demorado demais E sido tempo bastante de descobrir ponderar De decidir E vagar Por que deixou tanto tempo Para sua falta sarar? Saudade perder encanto Passar pro lado dos lá? Não vale perplexidade Não se demore em caminhos Recolha rimas sem pressa Já não nos valem Não mais Esvaziadas de símbolosContinuar lendo “Despedida”
Para Drummond
Me perdoa poeta Se não resisto à vista das janelas E me pego suspirando ao anoitecer, Se mesmo consciente dos dissabores Expressos na face dos meus companheiros Por vezes largo mão da realidade E me vejo Vagando dissoluta por insensatos continentes! Fora por mim, Por minha livre vontade, fincava como rocha o pé na realidadeContinuar lendo “Para Drummond”
Serra elétrica
Em tempos de pandemiaAs pessoas morremNós choramosPelos amigosQue fizemosE os que nem pudemos ter.As famílias nos pedemUm pouco de amor e com paixãoRelembram dos seusQue já não voltam mais!Sem tempo pra cicatrizesAs dores se juntamE os cortes abertosNão coagulam,Nem formam os tão necessários cascõesTão importantes paraSerenizar as emoções.Turbilhada em sentimentosSou chamada a realidadePor incomum alvoroçoNaContinuar lendo “Serra elétrica”
Aos olhos do meu amigo
Ah os olhos do meu amigo… Se vc pudesse ver os olhos dele! Veria que olhar e que olhares é que ele tem! Ele tem olhos as vezes muito arredios… Olhos que atraem… que repelem… Sabe? Outras vezes ele traz os olhos plenos de promessas… Cheios de mistérios… só pra brincar… brinca de encantar! MeuContinuar lendo “Aos olhos do meu amigo”