Sem miragem

Já não trago em mim,

A doce ilusão da esperança!

Aberta a mão

Deixo escorrer entre os dedos

Os vestígios

das promessas

mal prometidas

scripts… sem atos

Espetáculo sem cenários

palco incerteza

estreia ou   não?

Plateia exultante!

figuram espectadores

Poemas, canções e cantores

cumplices momentâneas

se forjam em passado

mais e mais distanciados

e descompromissados

alheios aos danos

desatentos aos dissabores

Cerram cortinas …

desintegram-se… vão

já não temo por nós

tampouco espero por ti…

não ouço sinos

vou sem cantiga

traçando  rota

meu coração!

mesmo  deserto

nego miragem

Na concretude tem decisão!